Nas Filipinas nasceu um bebê
inaugurando simbolicamente a marca dos 7 bilhões de pessoas. Tanta gente pelo
mundo e eu no meio do formigueiro lançando meus por quês. Se a gente parar para
avaliar o crescimento populacional e o estilo de vida que somos incentivados a
aderir, corremos assustados. Afinal de contas a gente já corre! Doutrinados
pela ditadura da produtividade não se pode perder tempo. Se em um século
pulamos de 1 bilhão para 7 bilhões, também proliferaram as necessidades
artificiais gravando a marca da pessoa multitarefa. Recheadas de afazeres e a
máquina humana vez ou outra pifa, dá colapso: depressão, ansiedade, transtornos
obsessivos, mas não importa, na teia produtiva o que vale é o resultado, mesmo
que seja caverna adentro.
Vivemos uma época de festejo dos
números, a apologia dos rankings. Como educadora vivo uma inquietação constante
no cenário que observo, na publicidade das escolas e faculdades buscando
clientes. Colocam a tecnologia como principal atrativo, quando ela é apoio,
ferramenta, auxílio. Além disso, o estampar na educação tem sido a ditadura da
competitividade, de quem são os “melhores” e qual escola é mais eficiente para
te conduzir ao ranking, ao topo, à glória de ser um vencedor no mercado de
trabalho. Li uma entrevista da professora Cristiane Gottschalk, no qual
destaco: “Acredita-se no poder mítico dos números e esquece-se que o ensino tem
objetivos que não são passíveis de mensuração quantitativa.” (Revista Cult).
Acredito mesmo é no que não pode
ser mensurado, na surpresa de cada ser humano que se descobre único na
caminhada da vida, no que ele aprende a viver como mestre de si em sua relação
com o outro. Não simpatizo com a pedagogia das competências. Acredito em outras
formas de encontro, de aprendizado de vida. A escola não pode se furtar desta
dimensão de incentivo à sensibilidade. Na real: humanos querem humanos. Querem
relações pelo canal do sentimento, querem compartilhar sonhos e construir o
possível, o sendo da vida, juntos.
3 comentários:
Bem que poderia seu a minha menina a nº 7 bilhões no mundo,
né prof?
Professora, continue lançando os seus por quês por favor. Com o avanço da tecnologia as pessoas estão esquecendo que a tecnologia está à serviço dos humanos e não o contrário. Ainda bem que existe a arte pra nos conectar com nós mesmos...
professora gostei muito do seu comentário!fico muito orgolhosa por ser sua aluna bjus, margarete simões.
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