segunda-feira, 6 de julho de 2009

O fio perdido


Um mundo oculto pulsa bem próximo de mim. Tento encontrar sua melodia escondida por entre as camadas de barulho, de confusão, de incompreensão. A voz que me entende fala que preciso plantar meu coração no cerne da tempestade. Significa entrar no labirinto? Matar o monstro? Há tempos estou procurando o fio que me conduzirá ao espaço que busco encontrar. À estrada que me levará à pessoa que preciso encontrar. Sim, tenho medo de me perder, mas ainda estou disposta a correr o risco. A caminhada é exaustiva, algumas vezes confusa, em vários lugares por onde passo, sufoco, caio, apanho e nem sempre consigo perceber a luz que possa auxiliar a arrefecer os golpes. Não tem saída, o acúmulo é inevitável: memória. Quem não foge da vida sente o peso dessas linhas que vão sendo depositadas no corpo e no espírito, na raiz de agora e na que foi plantada em outras histórias. No entanto, mesmo sendo contraditório, é a linha do peso que conduz ocultamente a leveza. O encontro sinalizará o local do fio perdido. Em mim mora. Eu sei.




imagem: o labirinto do fauno

9 comentários:

Franzé Oliveira disse...

O mundo de diferentes iguias. Buscamos o mesmo fio. O que nos levar a felicidade. Ninguem consegue fugir da vida. Se assim o fizer o coração terá terminado seus trablahos. Busco alguém... para juntos construir. Para que minha existênncia não seja em vão. Eu joguei fora uma vida... Se pudesse voltava o termpo. Ele não para. Os fios brancos que surjem me msotram isso. Mas quero me agarrar em um ultimo susprio no fio da felicidade. Bjos.

Mônica. disse...

A insustentável leveza do ser - que pulsa. No teu bonito sentimento irefreável.
Saudade!

Eduardo Matzembacher Frizzo disse...

Quem organiza a memória é o batimento do peito. O batimento do peito é o sentimento. Por vezes descompassado, espalha os grãos do ontem nos caminhos desse labirinto. E antes de nos darmos conta, os pássaros do hoje aparecem e voltam a nos tornar perdidos. O peso de tudo isso é o peso do corpo. Carne, osso e sonhos amontoados no que somos. Dentro há um outro mundo e talvez até uma casa. Lá alguém nos espera mas não sabe que chegaremos. Antes dela, porém, haverá muita coisa a ser dita. E por mais que pensemos na suficiência das nossas palavras, o fio da falta é o único calor do corpo. Por isso o abraço do seu texto. Um beijo, Eduardo.

Anônimo disse...

Já entrei em vários labirintos e já enfrentei monstros de todo jeito... viajei muito em busca deste mesmo fio, por diversas estradas; com bastantes curvas, em pistas quebradas, em meio a trovões em alta madrugada... e de repente cai, lamentei, nem entendi nada... gritei de dor e com o tempo já nem gritava, porém sempre vinha uma luz que me reanimava, me ressuscitava, me tocava fazendo eu sentir vida de novo e uma voz que cantava sempre assim: "Veja, não diga que a canção esta perdida, tenha fé em Deus tenha fé na vida, TENTE OUTRA VEZ" e isso me encorajava, a ver outros lugares e acreditar em tudo outra vez, e voltava a comungar com o pensamento de Vinicius que "A vida é a arte do encontro, embora haja tantos desencontros pela vida" e pode até ser ousadia de minha parte, mas acho que no momento, até já vivencio o significado de vida, e se não for... RECOMEÇO mais uma vez, sem medo e + forte do que NUNCA, por que de tudo que vivi, QUASE, nem me arrependi de nada, pois, "...só uma palavra me devora, aquela que meu coração não diz, só o que me cega, o que me faz infeliz, é o BRILHO DO OLHAR que não sofri..."
E se me permite te deixar algo de bom, eu grito e quase imploro p você seguir o que a voz que te entende te diz; "ENTRA NO LABIRINTO E DERRUBA ESSE MONSTRO" e se entrega com força, a caminhada exaustiva, que vai exigir muita coragem de você e principalmente, observa atentamente as esquinas da vida, porque pode ser lá, que tem alguém te esperando. E observa também se, ela não já esta bem ao seu lado, ás vezes não está muito escondida, pois foi assim que achei: "Não tive a intenção de me apaixonar mera distração e já era o momento de se gostar, quando eu dei por mim, nem tentei fugir
do visgo que me prendeu..."
Ficarei na torcida por você, espero que encontre, este alguém que também te espera.
Boa sorte na caminhada
Beijos!!!

Ana Valeska Maia disse...

Grata pelos comentários tão especiais de vocês.
Meu amigo(a) anônimo, é muito bom quando vc vem.
Bj.

Ana Valeska Maia disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Joice disse...

tu é muito linda!

Wellington Pereira disse...

Inevitávelmento sempre estaremos confrontados com nossos labirintos. E assim como Teseu temos que nos prender ao fio para que não nos perdamos. Mas nesse momento há um contraditório, as vezes o mostro não deveria ser abatido, apenas compreendido. Assim como no labirinto do fauno, a busca da menina era a volta da beleza da vida, a fantasia do amor, e que nessa vida disordenada esqueçemos de encontrar. O fio perdido não está tão distante basta que na escuridão de nossa consciência, toquemos o chão no universo encontremos o fio do amor.
Lindo Joana... Saudades!

Anderson disse...

Esse é um dos melhores filmes que eu já vi. Violento e inocente. O labirinto é uma criação da mente antes de ser uma ambiente físico. Então, o criador deve saber onde está a saída.