terça-feira, 28 de outubro de 2008

Te guardo, como num filme.

Eu sei, já conversamos sobre isso.
Há tanto assumi que a vida é movimento.
O mar leva, o mar traz.
Portanto, recebo e entendo quando tem que imperar o adeus.
Assim, mesmo lamentando, esperneando conformação, entendo.
É poético colocar mel na minha boca.
Também é poético tirar o mel de uma vez.
Tudo é poesia.
Inclusive seu vôo inevitável.
O movimento é a própria vida.
Agradeço pela vida, compartilhada, emocionante.
Como nos filmes de Hollywood que assistia com minha avó.
Te guardo, como num filme.
Guardo o drama da impossibilidade de dimensionar tua dor, a essência da tua alma.
Que pelo movimento, se fecha em semente, para florescer na hora certa, com novas pessoas, com novos amores.
Tua dor, agora, apenas a ti cabe, eu entendo.
Na tela do filme que vejo, percebo que todas as existências são histórias sem final.
No corredor da locadora, são tantos dramas, comédias, terrores, ficções, mas sempre prefiro a prateleira que me fornece a arte.
Escolho um filme pra ti de arte com amor, pois somente o amor é capaz de sanar o que ele mesmo causou.
Quanto a mim, ainda lamento o sofrimento de mais uma partida.
Mas afinal, estou viva.
E no meu coração uma nova semente já tremula, ainda acanhada de sua inquietação.
Com timidez sussurra:
Vai chegar, Joana, esse amor que tu esperas sem medida.

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