Ontem mergulhei nos poemas de Alberto Caeiro.
Este me fisgou:
Não tenho pressa. Pressa de quê?
Não têm pressa o sol e a lua: estão certos.
Ter pressa é crer que a gente passa adiante das pernas,
Ou que, dando um pulo, salta por cima da sombra.
Não; não tenho pressa.
Se estendo o braço, chego exactamente onde meu braço chega
Nem um centímetro mais longe.
Toco só onde toco, não onde penso.
Só me posso sentar onde estou.
E isto faz rir como todas as verdades absolutamente verdadeiras,
Mas o que faz rir a valer é que nós pensamos sempre noutra cousa,
E somos vadios de nosso corpo.
3 comentários:
pra que correr, né, aninha? hoje precisava ler algo assim... obrigada pelo lembrete em poesia! beijo com carinho!
Pra mim, Caeiro é o melhor pseudônimo de Fernando Pessoa.
Ano passado tive o prazer de visitar o Museu da Língua Portuguesa em SP e curtir uma exposição só com esse mestre lusitano.
Fiquei sem palavras diante de tantas ricas palavras! Me calei e absorvi as tessituras desse mágico.
Salve Ana Valeska!
:)
Amei, breves palavras e tudo que é a mais pura verdade dita..
;)
Bárbara..
Postar um comentário