Filmes, memória e guarda-chuvas

Hoje eu e meu amor fomos ao cinema e a escolha foi o filme francês “Potiche: esposa troféu”, do diretor François Ozon, contando com Catherine Deneuve e Gerard Depardieu no elenco. Eu experimentava uma ansiedade feliz nos minutos anteriores ao início do filme, pois conquistei minhas férias após um semestre árduo e ver um filme com dois atores maravilhosos era uma ótima maneira de celebrar o início do período de repouso e descontração. Apesar do tema ser extremamente atraente – trata da emancipação de conquista de espaços de poder das mulheres nos anos 70; não conseguiu conquistar meu afeto. O filme, com suas caricaturas e mudanças de destino das personagens, pareceu ser uma grande brincadeira e foi assim que o recebi. Vivi o momento sem grandes afetividades com a exceção de um entrelaçamento de um passado, meu e de Catherine Deneuve. No filme “Potiche” ela passa a administrar uma fábrica de guarda-chuvas da família e a imagem dos guarda-chuvas coloridos trouxe a lembrança de um filme musical fabuloso que vi há mais de dez anos e que Catherine Deneuve estrelou em 1964, intitulado “Os guarda-chuvas do amor”, no original: “Les parapluies de Cherbourg”, com roteiro e direção de Jacques Demy. Com esse filme senti a fisgada e o laço. Catherine interpreta Genevieve, que trabalha com a mãe em uma loja que vende guarda-chuvas. A jovem vive um caso intenso de amor com Guy. Esse amor passa por reviravoltas que são bem conduzidas pelo diretor. Fiquei com vontade de rever essa obra prima.