sábado, 19 de fevereiro de 2011

Um passeio pela História do mundo

Tão bom flanar na estrada do tempo! E foi o que fiz entre ontem e hoje, conectando as últimas e as primeiras horas do dia, passeando despreocupadamente pela história da humanidade em seus primórdios, apoiada na leitura do livro “Uma breve história do mundo”, de Geoffrey Blainey. De todas as disciplinas que ensino, a de história do direito é que aguça mais meu imaginário. Não é apenas o registro das práticas jurídicas que resistiram à borracha do tempo, ou a desmistificação do que foi, por convenção, compreendido como a história oficial. É mais. Consiste em fazer e refazer a pergunta filosófica. Como foi? Por que foi? Entrelaçando com o sentido do presente: O que é? Como é?

Nos corredores do tempo caminhei em um planeta Terra de muita terra e gelo. Em um passado muito distante não caberia chamá-lo de “planeta água”. A paisagem do norte da África repleta de campinas, bosques e muitas árvores fornecendo sombra. Então os mares começaram a subir e reconfigurar a geografia do planeta. Vi o ser humano passar de nômade a sedentário, cultivando a terra, dominando as artes do plantio da cevada, trigo e outros grãos. Criando também pequenos rebanhos, aprendendo a desenhar um lar.

Este ser humano descobridor do mundo olhava muito para o céu e lançava seus porquês. Não apenas para o céu azul iluminado pelo sol, mas principalmente para o misterioso céu noturno. A lua, as estrelas, as tempestades, as estrelas cadentes, tudo isso alimentava o imaginário humano que criava narrativas para explicar nossa origem, as relações de poder entre o céu e a terra, um mundo habitado por espíritos, deuses e deusas.

Seres humanos que passaram a administrar a disciplina e a organização no propósito de ter mais segurança nos tempos de estio. As especializações surgem como uma necessidade da vida coletiva que paulatinamente se torna mais complexa: oleiros, padeiros, tecelões, sapateiros, costureiras, pedreiros, fazendeiros e pastores de rebanhos. Nossos ancestrais dominam também as artes do fogo e criam múltiplos usos para a cerâmica e, mais tarde, o mesmo fogo dá outra liga e trabalha a revolução dos metais.

Os vilarejos crescem e são cidades. No Egito antigo, desenvolvem o uso do papiro e surge o papel, os animais domésticos desfrutam de um tratamento diferenciado, a medicina ganha ossatura com mumificação e as crenças de pós-vida. Homero que o diga! Fabricam pão com fermento, manejam seu excesso de riqueza e constroem uma arquitetura que até hoje intriga: as pirâmides, túmulos dos soberanos que eram os próprios deuses na Terra. Na Mesopotâmia manipulam a cevada e inventam a cerveja, a roda sólida, as artes da escrita e da leitura, e também dois sistemas numéricos: usando o 60 e o 10 como bases. O sistema decimal prevalece, mas o 60 vive em nossa contagem do tempo: afinal, que horas são mesmo? Tanto ainda por explorar em minha viagem pela história do mundo, mas agora o sono chega forte e imperioso. Cedo ao poder que me invade, apago a luz e vou dormir, amparada por um céu noturno que, ainda, permanece um grande mistério.

Um comentário:

Anônimo disse...

O livro citado no primeiro parágrafo, é mesmo muito bom!
vale apena...
Camila Fonteles