Chovia. Saí de casa apressada. Pela janela do carro vejo uma menininha, de uns seis ou sete anos, tomando banho de chuva com um senhor idoso, imagino que avô da garota. A menininha tremia de frio, estava com os lábios arroxeados e um semblante feliz desfrutando o momento lúdico. Gravei a imagem da menininha na chuva talvez pelo que causou em mim, um retrospecto de minha própria história, quando eu era criança e sorria farto procurando as melhores bicas pela rua em dias de chuva forte. Parava de chover, minha avó sempre estava esperando com uma toalha felpuda e me recebia com festa, aos abraços.
Mais tarde, acompanho pela tv o sofrimento na região serrana do Rio de Janeiro, vejo o outro lado da chuva. A face da água que chega com força de dilúvio e a tudo arrasta, soterrando casas, árvores, pessoas. A natureza dá o recado, mostra seu poder para a insensatez humana que, provavelmente, mais uma vez a ignorará. Afinal, o imediatismo impera onde não poderia ter licença para tal: na cabeça dos dirigentes públicos. As cenas se repetem: os mortos serão sepultados, as cidades serão reconstruídas, e a vida humana, até quando continuará? Em 2008 escrevi um texto sobre uma enchente que vitimou um grande número de pessoas e ressaltei o anúncio do que está por vir em uma escala maior e irrefreável. Pego meu exemplar de “A vingança de gaia”, de James Lovelock e pretendo, mais tarde, reler a obra, enquanto uma grande parcela dos brasileiros estará assistindo ao Big Brother, infelizmente.
6 comentários:
Gosto como as pallavras forma idéias no seu texto, tão simples e dóceis, como você mesma, a ainda assim mostram sua tristeza e indignação, de forma tão sensível e inteligente. Parabéns.
Estou começando nos passos de colocar as idéias no papel, um pouco cambaleante, mas estou tentando.
Confere no meu blog:
http://todoinfinitoparticular.blogspot.com/
Meu pai está muito triste pois nasceu em Nova Friburgo, cidade com maior número de vítimas. Ele pretendia nos levar esse ano para conhecermos a cidade que ele nasceu e passou boa parte da infância. Triste. Vi hoje no jornal um homem que perdeu a esposa nas enxurradas, ficou gravado na memória o que ele disse em meio as lágrimas: "Faltou um dedo para que eu salvasse minha esposa. Só consegui salvar nosso anel. Que fossem os anéis, mas que ficassem os dedos."
Eu espero sinceramente que Deus abençoe e dê uma nova esperança de vida a essas pessoas. Nessa hora a gente se agarra ao que pode.
A intensificação das tempestades na Terra tem diretamente a haver com a intensificação das tempestades solares. A NASA já alertou para o aumento das tempestades solares em 2011 atingindo o ápice em 2012. O aquecimento global devido às emissões de carbono é uma farsa global somente instaurar o primeiro imposto mundial: o imposto sobre o CO2. Num conjunto, o campo magnético da Terra acelerou a sua deslocação, estando agora a desviar-se 40Milhas/ano na direção da Rússia: aeroportos de todo o mundo estão se reestruturando devido a este fato. A Nova Era abre um portal de oportunidades para a purificação espiritual, porém, devido à insensatez de muitos, esta oportunidade é acompanhada por acontecimentos menos bons.
De fato Ana, enquanto há pessoas como você que se preocupam com a humanidade, outras pouco se lixam, e querem apenas ver o Big Brother! é lastimável... Camila Fonteles!
Particularmente eu adoro chuva.Amo o som das gotas caindo,o colorido das plantas molhadas,o cheiro...Mas por outro lado sinto-me culpada por gostar tanto por enquanto que tantas pessoas sofrem com inundações,desabamentos etc.Fora os bichinhos que ficam na rua sem ter onde se abrigarem.Falando nisso chorei horrores com o video do resgate daquela senhora,quando ela deixa escapar o cachorro...Ai me deu uma dor no coração ver aquilo,muito chato.
Me chamou muita atenção o que uma voluntária e moradora desses morros disse com lágrimas nos olho: "As vítimas são diferentes, mas o cenário é o mesmo..." Camila Fonteles
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