Acordei pensando na Blimunda, personagem do livro Memorial do Convento, de José Saramago, que tinha o dom de atravessar os invólucros dos seres, vendo como eles são por dentro. Dom pesado de carregar este de enxergar o que está oculto. Acho que aos poucos vamos adquirindo o dom da Blimunda, só que aos pouquinhos e em tempos próprios para cada pessoa.
Acordei com o pensamento preso na Blimunda após sonhar com um elevador misterioso que me transportava para espaços surreais, em cada andar que eu parava encontrava um sonho dentro do sonho. Entretanto, o térreo era muito perigoso. Para poder entrar no elevador eu deveria atravessar uma estrada que era ameaçadora, habitada por monstros. Tive medo e quis desistir. Poderia continuar apenas se conseguisse me desvencilhar das armadilhas do medo que, ao final, percebi que era ele, o medo, o criador dos monstros que me assustaram.
Após a Blimunda chegou no aeroporto dos pensamentos a minha decepção quando falei da beleza (do sentido, da razão de existir) das plantas daninhas e apenas ninguém entendeu. A vida opera seus milagres pelos contrastes. Nada é por acaso.
4 comentários:
A Blimunda é fantástica.Por falar em Saramago, veja o que ele traduz
nesta frase:Alegria e tristeza não
são como óleo e água, elas convivem.
Vera
Hum... está um filme nos cinemas agora chamado "Origens" que fala de sonhos... e é exatamente isso que acontece: um elevador que leva para sonhos dentro de sonhos... e o mais perigoso é o mais profundo!
Incrivel coincidência!!!
Hoje tive sonhos tão intensos que acordei sem saber se tinha estado a sonhar, ou se tinha acontecido mesmo no dia de ontem. Tive que estar a lembrar o dia e os sonhos para ter a certeza. Foi uma sensação muito estranha.
Bem Haja, Ana.
Valha Daniel não sabia desse filme não. Vou ver se meu sonho tá se comunicando com o sonho dos outros, rsrsrsrs.
Pois então vai ver: uma história bem inteligente, sensível e com um final surpreendente.
LPA
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