Do que cavei como fera reencontro passagens, frames, fragmentos, peças de encaixe, relíquias do ser em movimento que resistiram ao processo de esquecimento. Lá estão, na caverna íntima, em exposição, as cenas do que vivi, os enredos detalhados dos espetáculos que encenei. Encontrei diversas caixas, depósitos, gavetas, estantes com papéis, muitos papéis, alguns soltos, como cartas abertas, outros abrigados por sofisticadas encadernações e caligrafias elaboradas, alguns escritos em uma língua que desconheço, muitos papéis riscados, rasgados, velhos, empoeirados e, entre tanta diversidade do que foi vivido, encontro grandes rolos de papéis brancos, ainda virgens, intensos e expectantes do tempo certo para receber o que será escrito.
Narrativas do passado que agora coloco em movimento.
Nele está o futuro.
Escrito no presente.
3 comentários:
O nosso interior. Só nosso. As vezes tão dificil de entender. Mas sempre necessitamos dele. Da nossa alma. Para contrabalancear a materia tão sólida. Isso me lembrar coisas que meu pai dizia: mantenha o foco na sua vida e use o passado como diretriz.
Bjos menina.
O que me impressiona em você, (Jo)Ana, é essa força interior, a força estranha de que fala o Caetano, tão visceral e intensa, como tudo em você, esse ser - sempre - em movimento.
Beijo grande,
Jo.
Estamos sempre conectados com tudo o que foi vivido.
E nessa vivência existe uma força estranha!
Bjs.
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