quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

passagens irrefreáveis: as princesas


Não sei como são criadas as meninas atualmente, se as mamães e os papais são mais conscientes, mas eu ainda fui uma das vítimas da criação baseada no modelo da princesa. Sabemos que a imagem da mulher foi alvo de várias construções sociais e em suas linhas e entrelinhas, em seus mitos e arquétipos, foi sendo forjada o que seria uma “natureza feminina”. Impossível não lembrar da infância e da face cruel das estórias de princesas, tão impecavelmente belas e passivas. Muitas perguntam até hoje, quer seja da geração da vovó, da mamãe ou da minha: Cadê o príncipe dos contos de fada? Não tem jeito: a espera romântica vive nos envolvendo, crescemos aguardando os finais felizes cinderelescos. Mas é duro, minha amiga! A vida de princesa é completamente diferente da vida real! A princesa vive esperando um salvador para a amargura de sua vida. Um príncipe que a acorde com um beijo e transforme a vida em um paraíso de amor. O bom mesmo é acordar para o fato que o formato dos happy ends não cabe mais. Os príncipes de carne e osso são repletos de limitações, andam bem perdidos por aí, então, nossa salvação cabe, antes de tudo, a nós mesmas.

Desafio: transformar a felicidade em uma realidade possível.

Para poder viver um amor humanamente possível.
imagem: "Branca de Neve desfalecida após comer a maçã", pintura da artista Paula Rego, que representa as princesas sem idealizações.

4 comentários:

Wellington Pereira disse...

Porque ser Príncipe em terra de dragões?

Iguais são todos os desafios até o de ser príncipe
Às vezes os príncipes estão próximos do que vocês possam,
mas não os queremos ver.
Muitas vezes não podemos nos mostrar príncipes porque a vida (como modelo de construção) nos fez sapo
Então, precisamos que figuras místicas, femininas, Vênus de Milo, surjam,
Como perolas, como flores, como raios de esperanças.
E forjem nesses sapos o ideal de um príncipe.
E que ele busque o cavalo e a armadura que salvarão as princesas em épocas de tormentas.

Anônimo disse...

Meninos também crescem escutando os mesmo contos de fada que as garotinhas.
Não sei se falo apenas por mim, mas, por muito tempo, também sonhei me tornar um desses príncipes galopantes em busca de uma princesa encantada.
Até que um dia você percebe que nunca terá um cavalo branco, nem espada, nem armadura.
Se dá conta que a princesa que você julgava sua por destino inevitável, está esperando por um outro, bem diferente de você.
A dura realidade te mostra que você não só tem medo de dragões, como de cobras, ratos, baratas e todos esses seres cuja obrigação de extermínio (pelo menos nos lares) é eminentemente masculina.
Mais cruel que concluir que os príncipes encantados não existem, é se dar conta que você nunca será um deles !

Ana Valeska Maia disse...

ehhh, essa história de amor, de príncipes e pricesas, anda grudada na nossa fome ancestral. Nosso coração às vezes se engana, jura de pé junto que aquele encontro será o mais belo de todos e o bichindo, o tal do encontro, do amor, vai minguando e se transforma no maior desencontro de todos os tempos e devasta a gente por dentro. Fazer o quê? aguentar e esperar que o próximo encontro seja recíproco. Apesar de espernear, de gritar que esses principezinhos não existem confesso que ainda ando atenta por aí, afinal quem é romântico não tem jeito, é um tipo incurável! é da grade! e ainda vê príncipe em cavalo branco sim! apesar dos cacos que rolam depois. Ai!

Aline Lima disse...

esse negócio de educação baseada em 'cinderelismos', dá um prejuízo danado com psicanalistas! eu que o diga, rss. =P