terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A idiota

Sozinha em casa.
Medito.
Observo.
Leio.
Teço.

Preparo aulas para a disciplina de História da Arte. E mergulho no que me instiga, nos mistérios e revelações que habitam uma obra de arte. Escutei o escritor Fabrício Carpinejar falar da obra de Iberê Camargo. Disse que a obra “A idiota”, que é a predileta do escritor, instiga uma “solidão eufórica”; e diz mais: “é tão triste que a pessoa começa a rir”; “parece que ela não sabe a gravidade do que é viver”. Como se a idiota tivesse sido afetada pela amnésia e assim esquecido a ardência da vida e estampasse um sorriso em um corpo que é acúmulo, peso, densidade, angústia. Apática. Ao lado da idiota, uma bengala, no outro lado, um esboço de uma bicicleta. Desejo de movimento em um corpo-peso? Torpor provocado pelo medo da própria vida?

imagem: "A idiota", 1991, Iberê Camargo.

6 comentários:

Aline Lima disse...

como eu queria assistir a uma aula dessas!!! =D

Sérgio Costa disse...

Esse mergulho na arte é como um oceano de vida: precisamos beber dele. E é viciante, quanto mais pensamos, mais nos instigamos a pensar, sentir e ainda ter uma fagulha no coração que nos impulsione a mudar o mundo ao nosso redor.

"Me dê um caderno e uma vontade de sonhar!"

Anônimo disse...

Aline Lima, voce precisa assistir essas aulas, tive o previlégio de ser aluno dessa nobre professora, agente fica anestesiado com suas palavras e com suas poesias. Quando voce fala em artes, lembre-se de Ana Valeska. A arte agradece em ter pessoas desse quilate divulgando seus mistérios. Obrigado "Musa", como nós carinhosamente chamamos. Beijos

Edilberto Nobre

Anônimo disse...

O que é uma obra de arte? Não sei.O que percebo é uma necessidade de registo do ser humano pela sua
passagem por esta dimensão planetária
e a urgência que temos de nos comunicarmos e estabelecer elos de afetos e reconhecimentos.A arte talvez seja este meio de espressão neste mundo tão individualista.É como se o artista ofertasse a sua essência e procurasse uma comunicação mais abrangente.

Carol Morais disse...

Olhei a arte fixamente. Não consegui rir por momento algum. Acredito que ela estava tão sozinha, tão deslocada que achei impossível alocar a moça em um ambiente qualquer, com uma história qualquer.

Anônimo disse...

oi ananha estou on line. preciso fala com voce.iedax@hotmail.com