quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Conversa com Frida Kahlo


Por que sinto TANTA falta de ti? parece uma falta que perdurou por séculos. de vez em quando uma dor vem habitar em mim, como no domingo, no intervalo entre a manhã e a tarde, ou na segunda, também na terça..., quantas visitas já foram? não parei para contar... trata-se de uma dor sábia. sabe da falta, tem a cumplicidade da consciência da ausência. é uma dor que trago por séculos. uma dor que aprendi crua. quantas vezes esses encontros se repetiram, se repetirão? quantas vidas serão necessárias para aprender? é, eu sei, parece conversa de uma mulher louca, assumo minha condição, sou tão louca que beiro a lucidez. caminho pela crueldade da cegueira coletiva, atravesso as paredes cinzas das universidades, desafio a visão monocromática, rasgo meu coração, me entrego com a mesma fé de Cristo ao sacrifício e grito: álguém precisa ver as cores do mundo, alguém precisa ver as cores do ser humano, alguém precisa me ver, pois eu transbordo e transbordarei (minha missão é transbordar) mesmo que isso leve a minha útima gota de sangue e seja necessário voltar por mil vezes.
No ápice da angústia Frida Kahlo veio conversar comigo. Me falou do amor por Diego, para, com a generosidade das mulheres sábias, compartilhar a visão do ser amado. Frida me falou:- Ana Terra, vou te mostrar uma passagem do meu diário: Porque é que lhe chamo Meu Diego? Ele nunca foi nem nunca será meu. Ele pertence a si próprio...

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